Saúde e Natureza

Saúde e Natureza
26 Janeiro, 2016

Hoje em dia já não temos tantas dúvidas em relação ao impacto dos cuidados preventivos na nossa saúde e na longevidade. Cuidados com exames preventivos, com a alimentação e com os hábitos de vida têm permitido uma maior longevidade e um melhor controle (e até a prevenção) de doenças crônico degenerativas. No entanto, apesar dessa maior preocupação e dos cuidados que vêm sendo tomados, estamos negligenciando o cuidado com uma parte muito importante do nosso corpo, o cérebro!

Responsável pelo comando de todo o nosso corpo, o cérebro trabalha através de reações químicas, gerando sinais que são enviados para todo o corpo. Não basta, no entanto, nos preocuparmos com a alimentação e com os hábitos de vida (sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, etc…), se não lembrarmos que mesmo o cérebro não é incansável e que necessita de repouso.

Será que algumas horas de sono são suficientes para que ele descanse  e volte a trabalhar perfeitamente?

Esta é uma pergunta que vem sendo respondida por pesquisadores ao redor do mundo, que estão mostrando a importância de resgatarmos a interação com a natureza, para podermos oferecer condições adequadas para o descando do cérebro e também do corpo. Uma matéria muito interessante, escrita por Florence Williams, foi publicada na revista National Geographic deste mês sobre esse assunto, com citações de diversos estudos que têm demonstrado como a natureza age de forma benéfica no nosso corpo.

Quem poderia imaginar que até as atividades que fazemos para relaxar, como ir a uma academia, poderiam ter resultados ainda melhores se o ambiente de treino fosse um local selvagem ou até mesmo, um local com cores e imagens que conectassem a nossa mente ã natureza? Pois é isso mesmo. Um estudo japonês demonstrou quedas ainda maiores na concentração de cortisol, na frequencia cardíaca e na pressão arterial em praticantes de atividade física nessas condições, quando comparados a praticantes em academias convencionais.

Outros exemplos aparecem quando comparamos a incidência de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, cefaléia, ansiedade e depressão, entre outras, que atingem índices menores quando são pesquisadas em populações que moram próximas a parques ou que vivem em áreas verdes. Até índices de agressividade menores foram encontrados em populações que vivem em regiões mais arborizadas das cidades.

Assim, os pesquisadores vêm demonstrando na prática a relação direta que o contato com a natureza tem na melhora da qualidade de vida das pessoas, promovendo taxas menores de stress físico e mental e possibilitando um melhor rendimento no dia a dia.

Um pesquisador da Universidade de Utah, David Strayer, está conseguindo demonstrar uma melhora de até 50% da capacidade de resolver problemas em pessoas expostas a um ambiente selvagem, a partir do terceiro dia.

No entanto, na contramão dessas descobertas, estudos mostram que cada vez mais as pessoas estão deixando de frenquentar parques e áreas selvagens como forma de lazer, optando por “descansar” em frente a uma televisão, passear no shopping ou realizar outra atividade feita em um ambiente fechado, sem conexão com a natureza.

Frente a estas descobertas, é importante que voltemos a priorizar o contato com a natureza nas horas de lazer.

Quanto aos profissionais da saúde, estes devem incluir nas orientações aos pacientes, gastar o máximo de tempo possível com a natureza, como forma de tratamento e também como forma de buscar uma longevidade mais saudável.

Posted in Blog, image posts by Thiago Ferreira